O naufrágio do Ho Mei III, um pesqueiro chinês de 41 metros de comprimento, permanece envolto em mistérios há mais de três décadas após seu afundamento na Baía de Todos-os-Santos. A embarcação, apreendida por pesca irregular em águas brasileiras, foi retida no porto da Base Naval de Aratu, em Salvador, até que circunstâncias não esclarecidas resultaram em seu naufrágio, ocorrido entre 1990 e 1993.
O motivo do afundamento é alvo de especulações. Boatos sugerem que a tripulação tenha afundado o navio propositalmente para não receber punições, uma prática supostamente comum entre pescadores em situações semelhantes. Outros relatos apontam para uma possível tempestade como a causa do acidente. A embarcação levou ao fundo uma carga de mais de uma tonelada de sardinhas congeladas e peixes, que foram doados a instituições de caridade após a apreensão.
Hoje, o Ho Mei III repousa intacto em um leito de areia entre 37 e 39 metros de profundidade, com a proa voltada para a Ilha de Itaparica. As estruturas do convés, anteriormente localizadas a cerca de 32 metros, foram completamente removidas, restando apenas algumas entradas que conduzem ao interior do casco. Na região da popa, um grande rombo expõe onde ficava originalmente o casario. O eixo do hélice é visível na areia, embora o próprio hélice tenha desaparecido.
O naufrágio, além de ser uma curiosidade histórica, atrai mergulhadores e pesquisadores fascinados pela sua estrutura, que segue preservada. A posição do casco, em aparente condição de navegação, contrasta com o cenário de abandono e uma silenciosa deterioração que o corroi com o tempo, mas oferece um retrato de mistérios submersos que ainda esperam por respostas definitivas.
Imagem e fonte de informações: site Naufrágios do Brasil
