A sensação de bem-estar que o litoral proporciona já era conhecida por quem escolheu viver de frente para o mar. Agora, a ciência confirma: morar próximo à costa pode, literalmente, acrescentar anos à vida. Um estudo recente realizado pela Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, mostrou que pessoas que residem a até 48 km do oceano têm, em média, uma expectativa de vida cerca de um ano maior que a de quem vive no interior.
O que explica esse ganho de longevidade?
Segundo os pesquisadores, há um conjunto de fatores que favorece a saúde de quem vive próximo ao mar. O clima costuma ser mais ameno, o ar é mais puro, há menos dias de calor extremo e mais oportunidades para atividades ao ar livre. Somam-se a isso a presença de áreas verdes, acesso facilitado a transporte e lazer, e, em muitos casos, uma infraestrutura urbana mais qualificada.
Outro ponto importante é o aspecto socioeconômico: regiões litorâneas bem estruturadas tendem a ter renda média mais alta, o que influencia diretamente nos cuidados com a saúde e na qualidade de vida.
Nem toda água traz o mesmo benefício
O estudo também analisou áreas próximas a rios e lagos e constatou que o impacto sobre a expectativa de vida não é o mesmo. Nesses locais, a média ficou em torno de 78 anos, contra 80 anos observados nas zonas costeiras. Entre as explicações estão a poluição, a menor disponibilidade de espaços para atividade física e até riscos ambientais, como enchentes.
Um ativo de saúde pública
Para os especialistas, entender a relação entre o mar e a longevidade pode ajudar a guiar políticas públicas. Investir em infraestrutura, preservar o meio ambiente e garantir o acesso democrático aos espaços litorâneos pode transformar a costa em um verdadeiro ativo de saúde.
O reflexo para a Bahia e a Baía de Todos-os-Santos
Com mais de mil quilômetros de litoral e a imensidão da Baía de Todos-os-Santos como cartão de visitas, a Bahia reúne atributos naturais e culturais que reforçam o que a ciência confirma: viver perto do mar é um investimento em qualidade e tempo de vida. Salvador, reconhecida pela Marinha do Brasil como capital da Amazônia Azul, está no coração de uma área marítima estratégica de 5,7 milhões de km², que concentra rotas comerciais, produção de petróleo e gás, biodiversidade marinha e um patrimônio cultural ligado ao oceano. Aqui, a proximidade com o mar não é apenas cenário: é parte da identidade, da economia e do estilo de vida. Respirar ar puro, praticar atividades ao ar livre e se conectar diariamente com o que o Brasil tem de mais valioso — o seu mar — não só amplia o prazer de viver, mas pode, como mostram os estudos, acrescentar anos à jornada.
Foto: Fundação Baía Viva – Ilha dos Frades
