Recentemente, uma pesquisa identificou uma preocupante expansão da espécie invasora de coral-sol (Tubastraea tagusensis) ao longo da costa da Bahia, atingindo regiões de grande importância ecológica e econômica, como Morro de São Paulo. O estudo, realizado por especialistas, alerta para os impactos negativos dessa bioinvasão, que pode comprometer a pesca e o turismo, atividades essenciais para a economia local.
Para José Rodrigues, professor e pesquisador do Instituto Federal Baiano, esta é uma “péssima notícia para uma região que depende basicamente da economia do mar, principalmente, pesca e turismo”.
A espécie invasora, originária do Pacífico, já havia sido registrada anteriormente na Baía de Todos-os-Santos, especificamente no recife dos Cascos. Agora, foi detectada sua expansão para o Recife de Tatimirim (ou Itatimirim), cerca de 30 km ao sul, próximo a Morro de São Paulo, uma das áreas mais visitadas por turistas. Este rápido avanço preocupa biólogos e gestores ambientais, já que o coral-sol compete diretamente com corais nativos, prejudicando a biodiversidade local e alterando o ecossistema.
Segundo o estudo, a invasão desse coral compromete os serviços ecossistêmicos essenciais da região, como a pesca, além de afetar a fauna marinha residente e os corais construtores de recifes. Em Morro de São Paulo, que depende do turismo e da pesca como pilares econômicos, a presença dessa espécie invasora pode gerar sérias consequências socioeconômicas.
Especialistas destacam que o coral-sol pode rapidamente dominar o ambiente, impedindo a fixação de corais nativos e modificando o habitat marinho. O turismo de mergulho e a pesca, que dependem da saúde dos recifes, estão diretamente ameaçados.
A necessidade de monitoramento e ações mitigatórias foi enfatizada pelos autores da pesquisa, que apontam para a urgência de medidas de controle antes que a expansão chegue a outras áreas protegidas, como a Área de Proteção Ambiental de Tinharé-Boipeba. Com a bioinvasão avançando rapidamente, é essencial a adoção de estratégias para mitigar os impactos e proteger a rica biodiversidade da Baía de Todos-os-Santos.
O alerta serve como um lembrete para a importância da conservação e do manejo sustentável dos ecossistemas marinhos, especialmente em uma região que tem na economia do mar a sua principal fonte de sustento.