Mergulhadores cobram respostas após perda de nadador na Praia da Barra

Quase dois meses se passaram desde o acidente que vitimou o mergulhador Erivan João Pedroso Brandão Filho, de 61 anos, na região próxima ao Farol da Barra, e até o momento não há respostas concretas sobre o que aconteceu naquele dia. Os amigos do mergulhador seguem cobrando por justiça e por celeridade nas investigações para terem finalmente um esclarecimento sobre os fatos.

Bernardo Mussi, idealizador do projeto Fundo da Folia, do qual Erivan também fazia parte, contou em entrevista ao Guia BTS que o amigo estava devidamente equipado enquanto mergulhava, e que os colegas acreditam que ele tenha sido atingido por uma embarcação que não se atentou as devidas sinalizações.

‘’ Ele estava sinalizado com a boia de mergulhador com uma bandeira vermelha e faixa branca, que indica que tem mergulhador na região próxima a boia. A orientação é que as embarcações passem a pelo menos 50 metros de distância dessas boias, porque normalmente ela se desloca e o mergulhador não fica necessariamente embaixo dela’’, explicou. 

Quando o corpo de Erivan foi encontrado, ele estava com cortes profundos na cabeça e no pescoço, e o pé de pato utilizado para nadar também estava rasgado, sinais que fizeram os amigos especularem que o responsável pelo acidente teria sido uma embarcação. Embora ninguém tenha sido responsabilizado até o momento, a Polícia Civil informou que a 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico) é a responsável pelas investigações.

‘’Estamos cobrando respostas pelas investigações, pelo menos o resultado da perícia para saber o que de fato aconteceu. Especulamos que exista uma chance de ter sido uma embarcação pelos ferimentos que vimos nele, mas não podemos afirmar isso com 100% de certeza até o resultado da perícia sair’’, disse Bernardo. 

Mussi também é mergulhador e alertou sobre o perigo de embarcações transitarem muito próximo dos banhistas e mergulhadores, e sobre a importância de se estar atento à sinalização.

‘’As pessoas com embarcação precisam evitar passar próximo às boias de sinalização. Nem sempre o mergulhador está debaixo da boia, ele pode estar em um raio de 15 a 20 metros próximo a sinalização. […] Hoje inclusive os banhistas que estão nadando no mar ou praticando esportes em águas abertas, utilizam uma boia de sinalização. Mesmo que a boia não tenha bandeira, elas costumam ser coloridas e marcam ali a presença de um nadador, Então é preciso se atentar para os mais vulneráveis dentro da água, que são os mergulhadores e os banhistas’’, disse.

Em meio às cobranças por respostas, a memória de Erivan segue sendo preservada como ‘’uma figura tradicional’’ e bastante conhecida no Porto da Barra.

‘’Erivan era um cara super bem-quisto aqui no Porto, uma figura tradicional em meio aos pescadores. Ele era um cara super experiente no mergulho, já foi inclusive salva-vidas’’, relembrou o amigo Bernardo que assim como muitos outros colegas, aguarda por resposta.

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