No Dia da Fraternidade Brasileira, o Goethe-Institut Salvador-Bahia recebeu o 8º episódio da série Diálogos Ecossistêmicos, promovido pela Associação de Mulheres do Mar (AMMAR), por meio de sua Diretoria de Sustentabilidade. O evento marcou mais um passo importante na construção do Plano Participativo de Fiscalização, Proteção e Educação Ecossistêmica do Parque Marinho da Barra, reunindo sociedade civil, coletivos, universidades, estudantes, empresas e representantes do poder público.
A proposta central é transformar o Parque Marinho da Barra em uma referência internacional em governança participativa, com base nos saberes tradicionais, na cultura oceânica e na inovação tecnológica. “Vamos colocar em prática o manejo do parque e atrair o setor empresarial para parcerias de alto impacto socioambiental”, afirmou Jacqueline Moreno, educadora e diretora de Sustentabilidade da AMMAR.
Durante o evento, também foram apresentadas reflexões sobre o projeto Fundo da Folia e sobre ações para fortalecer a conservação costeira. A ideia é criar um modelo de gestão ecossistêmica com identidade baiana, que envolva diferentes setores e promova o desenvolvimento sustentável do território marinho.
Entre os principais pontos debatidos está a importância da atuação da Prefeitura de Salvador na integração de políticas públicas e na inclusão da cultura oceânica no currículo das escolas municipais. A proposta é formar uma nova geração de cidadãos conscientes sobre os ecossistemas marinhos, com as instituições de ensino podendo integrar a Rede das Escolas Azuis, alinhada à Década da Ciência Oceânica da ONU.
“O momento é essencial para conectar pessoas, instituições e ações em torno de um projeto estratégico para a cidade”, ressaltou Bernardo Muss, articulador do movimento Fundo da Folia. O fortalecimento do Conselho Gestor Participativo e a criação de um Fórum Ecossistêmico Permanente também foram propostas como caminhos para consolidar a participação da sociedade civil e garantir transparência nas decisões.
Tecnologia, cultura e turismo sustentável
O plano prevê ainda inovações como a criação de uma Guarda Ambiental Comunitária, equipada com drones, boias inteligentes e canais digitais de denúncia. Os Guardiões Voluntários, que já atuam na região, receberão formação técnica e apoio financeiro.
Outro destaque é a criação do Núcleo de Educação Ecossistêmica TransforMAR, com sedes no Porto e no Farol da Barra, onde serão realizadas oficinas, exposições e atividades culturais. Jovens, artistas e líderes comunitários atuarão como embaixadores do parque, promovendo a cultura oceânica e incentivando práticas sustentáveis.
As ações serão monitoradas por uma plataforma digital de dados abertos, com indicadores reunidos no relatório anual “Verão a Verão”. A iniciativa também busca ampliar o diálogo com o setor náutico e portuário para desenvolver um modelo de turismo sustentável e regenerativo.