A temporada de observação de baleias jubarte em Salvador foi oficialmente aberta nesta terça-feira (15) pela Prefeitura e o Instituto Baleia Jubarte, em cerimônia na sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), no bairro do Comércio. Embora o lançamento marque o início simbólico do período, a natureza deu seu próprio espetáculo: apenas na segunda-feira (14), 27 baleias foram avistadas de um único ponto no Farol da Barra.
Entre os meses de julho e outubro, as águas quentes e rasas da Baía de Todos-os-Santos – a segunda maior baía navegável do mundo – se tornam palco da migração das jubartes, que deixam a Antártica em busca de locais ideais para acasalamento e nascimento dos filhotes. A estimativa do Projeto Baleia Jubarte é de que mais de 35 mil cetáceos visitem a costa brasileira em 2025, com destaque para Salvador como um dos destinos mais privilegiados.
No ano passado, o número de avistamentos foi recorde: 1.012 baleias registradas, superando as 843 de 2023.
Turismo em alta: baleias movimentam economia e experiências náuticas
A vice-prefeita e titular da Secult, Ana Paula Matos, celebrou a abertura da temporada como um marco econômico para a capital baiana. “Recebemos turistas internacionais que vêm exclusivamente para observar baleias. São visitantes que ocupam hotéis, compram pacotes e movimentam uma economia que pulsa”, afirmou. Ela ainda ressaltou o potencial de Salvador como destino náutico completo, com 64 km de costa, riqueza histórica e belezas naturais.
A secretária do Mar (Semar), Maria Eduarda Lomanto, destacou que o turismo de observação de baleias reforça o posicionamento da cidade como referência em turismo ambiental, cultural e náutico. Entre as ações promovidas pela pasta, estão oficinas com profissionais da navegação, distribuição de cartilhas nas marinas e parcerias com o Projeto Baleia Jubarte.
Educação, preservação e desenvolvimento sustentável
O diretor de Turismo de Salvador, Gegê Magalhães, lembrou que a Baía de Todos-os-Santos é o segundo maior ecossistema marítimo do mundo e lar temporário das jubartes em período reprodutivo. Segundo ele, a chegada das baleias fortalece o turismo sustentável e a conscientização ambiental.
Já o secretário de Sustentabilidade (Secis), Ivan Euler, destacou o papel ecológico vital das jubartes: “As baleias funcionam como grandes pulmões do planeta. Elas captam CO₂ durante a vida e, ao morrerem, levam esse carbono para o fundo do mar, contribuindo com o equilíbrio climático”.
Essa visão é compartilhada pelo cofundador do Projeto Baleia Jubarte, Enrico Marcovaldi. Para ele, iniciativas como a observação responsável aumentam o valor simbólico e econômico das baleias, ajudando a mantê-las protegidas. “Esse crescimento populacional só foi possível porque a caça foi proibida nos anos 1980. Hoje, a presença delas em Salvador é um privilégio que deve ser preservado com responsabilidade”, finalizou.
Fotos: Otávio Santos – SECOM PMS