Pé no mangue e olho no futuro: jovens lideram ação ambiental que avança para Candeias

Com mais de 1 tonelada de lixo retirada e centenas de mudas plantadas, o Projeto Recife das Pinaúnas forma a nova geração de guardiões do mangue

O futuro do planeta pode estar nas mãos — e nos pés sujos de lama — de uma galera que ainda nem terminou a escola. Pelo menos é isso que o Projeto Recife das Pinaúnas tem mostrado em São Francisco do Conde e Madre de Deus, onde jovens estudantes estão colocando a mão na massa (ou melhor, no mangue!) para restaurar ecossistemas costeiros e repensar sua relação com o meio ambiente.

A ação, chamada Movimento Replantio, concluiu sua segunda etapa neste semestre com números expressivos: 1.450 mudas de mangue vermelho plantadas e 1,2 tonelada de resíduos removidos dos manguezais. A iniciativa impactou diretamente cerca de 280 pessoas e já tem planos de expansão: Candeias será o próximo município a receber o projeto ainda este ano.

Mas o que realmente transforma essa história em algo poderoso é o protagonismo dos jovens. Em Madre de Deus, 130 participantes — entre eles, alunos do 9º ano do Complexo de Educação Municipal Professor Magalhães Netto e do 5º ano da Escola Deijair Maria Pinheiro — não só participaram das atividades como foram capacitados para liderar parte delas. Doze adolescentes foram formados como monitores e contratados pelo projeto.

“Eu amo fazer parte desse projeto”, diz Kauany Ferreira, uma das monitoras formadas. “A gente leva informação, cuida do mangue e ajuda outras pessoas a se conscientizar. Eu não sabia que ia gostar tanto.”
Já o pequeno Pedro Dourado, de apenas 10 anos, manda a real com sabedoria de gente grande: “A nossa comunidade tem muita poluição e desmatamento. Estamos trabalhando, limpando, plantando, para ajudar a natureza.”

Além de fomentar a educação ambiental, o projeto fortalece os vínculos comunitários e cria espaço para que esses jovens se enxerguem como agentes de mudança. “Que esse projeto nunca tenha fim”, deseja Leonardo da Silva, outro participante da ação.

Segundo Deusdélia Andrade, educadora ambiental que lidera a iniciativa, o foco vai muito além do reflorestamento. “Queremos formar uma geração de guardiões ambientais. A cada nova etapa, vemos o envolvimento crescer entre crianças, adolescentes e a comunidade como um todo.” Ela lembra que a primeira edição aconteceu em 2024 no distrito do Caípe, em São Francisco do Conde, onde 80 alunos e cerca de 150 pessoas da comunidade ajudaram a remover 480 kg de lixo e plantar 650 mudas de mangue.

O projeto tem o apoio da Acelen, que reforça o compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento local. “Cuidar do meio ambiente é também investir nas pessoas”, destaca Ila Leonelli, gerente de RH e Responsabilidade Social da empresa. “Ao apoiar iniciativas como essa, reforçamos nosso compromisso com o território e com uma nova geração consciente.”

Fotos: Afonso Santana

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