Gastronomia Salvador celebra Centenário do Maria de São Pedro

Na última quinta-feira, Salvador assistiu a um dos encontros mais significativos da gastronomia baiana: o centenário do Restaurante Maria de São Pedro. Um século depois de abrir as portas no bojo da Cidade Baixa, o espaço segue cheio, pulsando memórias e sabores que atravessam gerações — e foi exatamente esse espírito que guiou o Happy Hour comemorativo realizado em parceria com a jornalista Daniele Coni, do portal Gastronomia Salvador.

O evento reuniu chefs, pesquisadores, jornalistas e convidados que reconhecem o papel de Maria de São Pedro como uma das arquitetas da culinária baiana moderna. Não se tratou apenas de uma celebração: foi um aceno à importância de preservar histórias que moldam a identidade cultural e afetiva de Salvador.

Foto: divulgação

Um século da mulher que virou referência

Fundado em 1925, o restaurante nasceu das mãos de Maria de São Pedro, cozinheira que transformou seu talento em ponto de encontro para pensadores, artistas e autoridades. Jorge Amado, Pierre Verger, Simone de Beauvoir, Vinícius de Moraes e Chico Buarque estão entre os nomes que, ao longo das décadas, cruzaram mesas e panelas que hoje fazem parte do imaginário afetivo da Bahia.

Cem anos depois, a família mantém o legado vivo — com a mesma comida farta, arquitetura histórica e a sensação de que ali o tempo corre de um jeito próprio.

Websérie resgata a trajetória e o impacto cultural

A noite também marcou o lançamento da websérie documental “Maria de São Pedro: um século de sabores e legado”, composta por 10 episódios, que serão exibidos nas redes sociais do restaurante. A produção revisita a vida da matriarca, seus rituais de cozinha e a influência que exerceu na formação gastronômica baiana e nacional.

A iniciativa reforça a força simbólica do restaurante, não apenas como negócio, mas como patrimônio vivo — um lugar onde a comida conta histórias e ajuda a costurar a memória da cidade.

Centenário que aponta para o futuro

O centenário do Maria de São Pedro não soa como um olhar para trás, mas como um convite para o próximo capítulo. Se a trajetória de uma mulher visionária foi capaz de atravessar cem anos, o que virá agora depende das mãos que continuam essa herança — e da nova geração que se reconhece na força dessa história.

Na primeira quinta-feira da sua segunda centúria, o Restaurante Maria de São Pedro mostrou que tradição e contemporaneidade podem caminhar juntas. E que Salvador, quando celebra sua gastronomia, celebra também sua identidade.

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