Com mais de 13 anos de experiência no universo da canoagem, Luiza Melo se destaca como uma das primeiras mulheres a competir no esporte, além de ser idealizadora e professora do clube de canoa polinésia MAR VA’A. Sua trajetória no esporte começou de forma inesperada, mas se transformou em uma paixão que a levou a criar um espaço para outras pessoas compartilharem essa vivência.
Luiza conta que o primeiro contato com a canoagem aconteceu de maneira casual, em um momento de pura curiosidade. “Estava no Porto da Barra e vi a canoa passando, fiquei curiosa, vi a propaganda e enviei um e-mail para eles. O pessoal me respondeu, fiz a primeira aula e me apaixonei. Nunca mais saí do mar”, lembra. Desde então, sua conexão com o oceano se fortaleceu, culminando na criação do clube MAR VA’A, que nasceu durante a pandemia de forma inesperada, mas com uma energia que surpreendeu até mesmo sua fundadora.
O processo de fundação do clube, segundo Luiza, foi natural. Após uma experiência não tão bem-sucedida em um clube anterior em Barra Grande, alguns amigos expressaram o desejo de aprender a remar, o que reacendeu em Luiza a vontade de compartilhar seu conhecimento. “Comecei alugando uma canoa e dava aulas eventualmente. Na pandemia fiz uma aula teste e depois desse dia o clube começou a ganhar forma mesmo. Foi uma surpresa que veio com muita intensidade”, relembra.
Hoje, o MAR VA’A se destaca por agregar pessoas de diferentes perfis e idades. “Tenho crianças que participam, idosos também. A maioria do público é feminino, é um esporte que chegou muito forte para o público feminino”, destaca. Além disso, a experiência de remar vai além do esporte em si, proporcionando momentos de lazer e conexão com a natureza. “Temos algumas paradas estratégicas nas aulas, onde paramos, pulamos da canoa e damos um mergulho no mar. Falamos que o banho de mar é a hora do recreio”, comenta Luiza..
Depois de enfrentar questões de segurança na Praia da Preguiça, o clube encontrou no Terminal Náutico de Salvador um espaço seguro e estruturado para suas atividades. “Estamos localizados estrategicamente no Terminal Náutico. Temos uma estrutura bem bacana no Terminal, é um local seguro, bem bonito. Fomos bem acolhidos”, explica.
Para a atleta, o VA’A é muito mais do que um esporte, é uma prática enraizada na cultura polinésia, que valoriza a união e o respeito pela canoa. “A canoa foi o meio de transporte de descoberta das ilhas polinésias e passava de pai para filhos. O VA’A representa a união das pessoas, o espírito de grupo. A canoa agrega a vida em sociedade porque precisamos estar o tempo inteiro em grupo, em harmonia, para fazer com que a canoa flua”, reflete.
Assim, o MAR VA’A não só promove a prática de um esporte, mas também a conexão com a natureza e a valorização da cultura polinésia, oferecendo uma experiência única para aqueles que desejam desbravar as águas e, ao mesmo tempo, fortalecer laços com a comunidade ao seu redor.