A Bahia, com 1,16 mil km de litoral e 46 municípios banhados pelo mar, é o estado brasileiro com a maior extensão litorânea, segundo dados do IBGE e do 2º Distrito Naval da Marinha do Brasil. A Baía de Todos-os-Santos, a maior do Brasil e segunda do mundo, é um dos principais destaques desta costa, refletindo a importância do mar para a economia local.
A chamada economia do mar movimenta cerca de R$80 bilhões por ano na Bahia, contribuindo para um setor que, em todo o Brasil, atinge aproximadamente R$2 trilhões, um valor comparável ao do agronegócio nacional. No cenário global, a economia do mar é estimada em US$ 24 trilhões, incluindo o valor dos ecossistemas marinhos, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Esse tipo de economia abrange uma vasta gama de atividades, como portos, pesca, aquicultura, turismo marítimo, petróleo e gás offshore, e geração de energia eólica no mar. O conceito da Amazônia Azul, uma área de 5,7 milhões de km² de Zona Econômica Exclusiva que se estende ao longo da costa brasileira, é central para o desenvolvimento dessas atividades.
Em 2014, Salvador e a Baía de Todos-os-Santos foram reconhecidas como a capital da Amazônia Azul devido à sua posição estratégica e relevância histórica para o país. Esse título reflete o protagonismo da Bahia na economia do mar e o potencial ainda a ser explorado.
Entre as iniciativas para fortalecer o setor, destaca-se o desenvolvimento do Atlas da Economia do Mar da Bahia, que tem o objetivo de mapear as atividades e oportunidades no estado, e a criação do Centro Nacional de Economia do Mar (Cenemar). Essas ações, conduzidas pela Comissão de Economia do Mar da Associação Comercial da Bahia (ACB), buscam organizar, articular e investir em conhecimento sobre as atividades marítimas e portuárias da região.
Além disso, a Bahia com sua extensa linha costeira e complexo portuário, enfrenta desafios estruturais, como a falta de conexão ferroviária com o Porto de Salvador, mas também oportunidades significativas de atração de investimentos. Relatórios da OCDE indicam que há crescente interesse de investidores na economia oceânica sustentável, especialmente em setores como alimentos marinhos, energia eólica offshore, e mineração.
O desenvolvimento da economia do mar na Bahia é visto como um caminho promissor para o crescimento econômico e geração de empregos, destacando a necessidade de capacitação e investimento em educação voltada para o setor. As iniciativas para criar um ambiente favorável para a economia azul reforçam o papel do estado como um dos principais pólos marítimos do Brasil.