A Baía de Todos os Santos, conhecida por suas águas mornas e ventos constantes, oferece um cenário ideal para a prática do surfski, uma modalidade de canoagem oceânica que vem ganhando espaço na região. Bruno Machado, proprietário da Galeria Vivá, destaca que a diversidade de condições climáticas e marítimas da baía favorece a prática de esportes a remo.
“Temos aqui um vento predominante leste e sudeste que proporciona diversão o ano todo, além de diferentes raias para treino que variam conforme a direção do vento e das ondas,” explica Bruno.
A combinação de ventos, ondulações e correntes cria um ambiente propício para o esporte, permitindo treinos e competições de alto nível. A baía também é beneficiada pelo tráfego intenso de barcos, que geram ondas adicionais, proporcionando ainda mais oportunidades para os entusiastas da modalidade.
O local é considerado a segunda maior baía navegável do mundo, e de acordo com Bruno, o principal diferencial são as águas mornas predominantes durante todo o ano.
“Sem sombra de dúvidas o nosso maior diferencial são as águas mornas o ano todo. Existem muitas outras baías lindas e com belezas imperiais, mas essa água quente e o número de condições que temos aqui relacionadas ao vento, ondulações e correntes, nos deixa sempre um passo à frente”, diz.
Unindo o talento para o esporte a todos esses atributos, Bruno fundou a Galeria Vivá, um clube de canoagem localizado na Avenida Sete de Setembro, de frente para a Baía de Todos os Santos, na praia do Porto da Barra, em Salvador. A galeria existe desde 2015 e surgiu com o objetivo de funcionar como uma guarderia na escola de canoagem oceânica.
O surfski chegou em 2016, com a missão de desmistificar a ideia de que o mar é traiçoeiro e promover um entendimento mais profundo sobre as condições marítimas.
“Quando eu resolvi trazer o surfski pra cá, eu me debati com uma cultura bem limitada em relação ao esporte. Temos um tabu que é propagado de geração em geração que diz que o mar é traiçoeiro, então muitas pessoas ficavam com medo. Elas até gostam da proposta, achavam interessante mas o medo sempre espantou, como espanta até hoje”, contou.
Para superar esse desafio, Bruno resolveu aprimorar seus conhecimentos técnicos e científicos sobre o esporte, e abrir as inscrições para o curso de “Alfabeto do Mar”, com o objetivo de repassar as informações para os alunos do com mais propriedade e segurança.
“O esporte está crescendo e de forma bem organizada, com pessoas conscientes que já têm noção da leitura dos ciclos do mar, e aí o trabalho foi sendo desenvolvido em outras partes também. Nosso maior passo foi realmente esse curso de alfabeto do mar, que proporciona esse conhecimento para todos os iniciantes”, contou.
Com o passar do tempo, o atleta e empresário avalia que aos poucos o mito sobre o mar vai se desfazendo, e as pessoas vão se permitindo entender e enxergar o gigante da natureza com outro olhar.
“Antes de entrar no mar é preciso entender o ciclo. Quando você entende um ciclo, seu nível técnico, psicológico e físico, você consegue perceber quando entrar ali com uma margem de segurança porque você sabe o que está acontecendo. Esse propósito é muito forte na Galeria”, afirmou.