O relatório anual do projeto Coral Vivo, publicado na última segunda-feira (30), revela uma queda acentuada na saúde dos recifes de corais no Nordeste do Brasil, com destaque para o litoral de Salvador, que apresenta os maiores índices de mortandade. A pesquisa aponta que o fenômeno climático El Niño, responsável por uma onda de calor nos oceanos, tem gerado impactos alarmantes na fauna marinha, principalmente nas regiões costeiras de Maragogi (AL), Natal e a capital baiana.
O estudo também observou que a intensidade da onda de calor foi mais moderada no Sul da Bahia e no Sudeste, o que resultou em menores taxas de mortalidade nessas áreas. Esses locais são conhecidos por abrigarem alguns dos maiores recifes do Brasil.
No entanto, a pesquisa destaca que as espécies mais afetadas pelo primeiro grande evento de branqueamento, ocorrido em 2019, foram novamente as mais vulneráveis neste ano. O coral-de-fogo (Millepora alcicornis) e o coral-vela (Mussismilia harttii), este último em risco de extinção e exclusivo das águas brasileiras, continuam a enfrentar sérias ameaças à sobrevivência.