Ferry-boat afundado na costa de Salvador se torna recife artificial e pretende atrair mergulhadores

Salvador acaba de ganhar um novo atrativo subaquático: o ferry-boat Juracy Magalhães foi afundado de forma controlada na tarde desta sexta-feira (21), a aproximadamente 2 km da costa do bairro do Rio Vermelho. A iniciativa tem como objetivo transformar a embarcação em um recife artificial, estimulando a biodiversidade marinha e impulsionando o turismo de mergulho na região.

Uma nova vida para um ícone da travessia Salvador-Itaparica

Com mais de 45 anos de operação na travessia Salvador-Itaparica, o ferry Juracy Magalhães estava fora de atividade desde 2018. Agora, em vez de ser desmontado ou abandonado, o ferry ganha uma nova função ecológica e turística. A ação foi conduzida pela Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA), com apoio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Marinha do Brasil.

Antes do afundamento, a embarcação passou por um processo rigoroso de preparação para garantir que sua nova morada no fundo do mar não prejudicasse o ecossistema local. Foram realizadas inspeções e a remoção de resíduos, óleos, combustíveis e espécies invasoras, minimizando impactos ambientais. O afundamento foi realizado por meio da abertura controlada de um buraco no casco, permitindo a entrada gradual de água até a submersão completa da estrutura.

Impacto ambiental e benefícios para a biodiversidade

De acordo com Marcelo Peres, biólogo do Inema, a expectativa é que a estrutura naufragada seja rapidamente colonizada por corais, peixes e outras formas de vida marinha. “Realizamos estudos prévios do local, análise de sedimentos e biodiversidade, além de quatro vistorias para garantir que não houvesse resíduos prejudiciais ao meio ambiente. Nossa expectativa é muito positiva tanto para a biodiversidade quanto para o turismo do Estado”, afirmou.

Experiências semelhantes ao redor do mundo mostram que embarcações naufragadas podem se tornar importantes habitats artificiais para a fauna marinha. Os recifes artificiais contribuem para o aumento da biodiversidade e da biomassa aquática, além de funcionarem como atrativos turísticos, fortalecendo o ecoturismo e o mergulho recreativo.

Nova atração para o turismo subaquático

O afundamento do ferry-boat Juracy Magalhães se soma a outros naufrágios históricos próximos à costa de Salvador que atraem mergulhadores de diversas partes do mundo. Entre eles, destacam-se o Cavo Artemidi, um navio cargueiro grego afundado na década de 1980, e o Blackadder, uma embarcação britânica do século XIX.

Segundo especialistas em turismo náutico, a inclusão do ferry na rota de mergulho subaquático da Bahia pode aquecer a economia local, estimulando operadoras de mergulho, hotéis e restaurantes, além de fomentar o turismo sustentável na região.

A iniciativa reforça o compromisso de Salvador com o desenvolvimento ambiental e turístico, oferecendo um novo ponto de interesse tanto para cientistas marinhos quanto para aventureiros apaixonados pelo oceano. Com o tempo, espera-se que o ferry-boat Juracy Magalhães se transforme em um verdadeiro santuário de vida marinha, agregando ainda mais valor ao já rico ecossistema da costa baiana.

Foto: Matheus Landim/GOV BA

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