O Museu do Mar se tornou um pólo de discussões sobre a economia do mar. Dentro desta vertente da instituição, o Museu passou a sediar um ciclo de palestras promovido pela Associação Náutica da Bahia (AN). E uma das palestras ocorreu na noite desta terça-feira (28), sobre a importância da Ponte Salvador-Itaparica. O ciclo de palestras foi iniciado no dia 21, com palestra do Capitão dos Portos da Bahia, CMG Wellington Lemos Gagno, e do 1º Tenente Rodrigo Santos, do Departamento de Segurança do Tráfego Aquaviário, sobre Nova Regra de Navegação, que valerá a partir do dia 1º de junho deste ano.
De acordo com a gestora da Fundação Aleixo Belov, Larissa Nabuco, a ideia é que, a partir de todo o contexto da história do fundador e velejador Aleixo Belov, o Museu do Mar se torne “um centro de discussão permanente sobre a economia do mar em todos os seus segmentos”. “Essa proposta não se deve apenas pela importância de Aleixo Belov, mas pelos feitos pessoais e profissionais, como as voltas ao mundo e a sua própria empresa de engenharia, que inovou no segmento”, afirma Larissa Nabuco. Desta forma, o Museu sediará eventos como palestras, debates, oficinas entre outros sobre os setores da economia do mar, com foco na sustentabilidade.
O presidente da ANB, Santiago Campo, afirma que o ciclo de palestras no Museu do Mar é importante para levar mais informação para a sociedade, principalmente para quem atua diretamente nesta área. “Por exemplo, sobre a Ponte Salvador-Itaparica, muito se fala sobre sua importância, como afetará na comunidade, como poderá desenvolver a economia baiana. A ponte é uma realidade, é um fator de desenvolvimento para o Estado e que vai ajudar toda uma cadeia de produção tanto da náutica, bem como a vida do cidadão comum. Eu acho que esse evento é muito importante, esclarecedor, tirou dúvidas dos participantes, e o que mais desejamos é que ela possa se concretizar o mais rápido possível”, declarou Santiago Campo.
O palestrante e CEO da Ponte Salvador-Itaparica, engenheiro Cláudio Villas Boas, esse tipo de evento é importante por aproximar os idealizadores do projeto da sociedade, e isso foi perceptível pela quantidade de perguntas que foram feitas e esclarecidas durante a palestra. “É fundamental que todos conheçam esse projeto que é tão importante para o nosso Estado. Ela vai trazer desenvolvimento para a Bahia, e o projeto nasceu para isso, para promover o desenvolvimento econômico-social, distribuindo melhor a riqueza atualmente concentrada na região metropolitana de Salvador, conectando a capital ao recôncavo sul do Estado. E todo o projeto foi pensado para garantir o desenvolvimento sócio-ambiental, com projetos educacionais para a população. Com certeza, a ponte trará maior maior conectividade e mobilidade para os baianos”, afirmou o CEO da Ponte Salvador-Itaparica. Villas Boas lembrou ainda que a conexão entre a Ilha e Salvador já era um desejo antigo da população de Itaparica, registrada desde o ano de 1878.
Sobre a Ponte Salvador-Itaparica: A Ponte Salvador-Itaparica será a maior da América Latina, superando a Ponte Rio-Niterói, com 12,4 km sob a lâmina d’água. A construção será feita através de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Estado da Bahia e investidores chineses, especialistas na construção das maiores pontes e rodovias do mundo. Os investidores poderão operar financeiramente com a ponte por 30 anos. A expectativa é que a construção seja realizada em quatro anos. No momento atual, as fases de estudos e projetos já estão sendo finalizados e a dragagem do mar já começou a entrar em teste. O contrato entre o Estado da Bahia e os investidores chineses foi assinado em novembro de 2020.
De acordo com o projeto, a atividade portuária de Salvador não será afetada, pois o desenho da ponte terá um recuo que permitirá a manobra dos navios para atracar. A ponte também terá um vão central de 85 metros de altura para permitir que grandes embarcações possam adentrar em outros terminais marítimos da Baía de Todos os Santos, como o Porto de Aratu.
A construção da Ponte Salvador-Itaparica reduzirá em até 100km a distância por rodovia entre Salvador e a Ilha de Itaparica, em um trajeto que durará menos de 15 minutos, encurtando distâncias para outros destinos do Estado, fomentando ainda mais o turismo. Mais de 10 milhões de baianos deverão ser beneficiados com a construção, e 250 municípios serão favorecidos com o investimento. O projeto ainda apoia 50 programas educacionais e socioambientais, cumprindo uma agenda ESG, e fortalecerá atividades náuticas no recôncavo baiano, tendo em vista o investimento de US$ 70 milhões em construções de marinas, piers, atracadouros, bases e rampas de acesso ao mar.
