A sondagem geotécnica realizada nos últimos 12 meses na Baía de Todos-os-Santos (BTS), como parte do projeto da Ponte Salvador-Itaparica, foi concluída nesta semana com um marco inédito: é a primeira do Brasil a atingir 200 metros de profundidade para coleta de material intacto do solo. Os resultados foram apresentados na última sexta-feira (4) à comunidade acadêmica, pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), e pela Concessionária Ponte Salvador-Ilha de Itaparica.
A investigação do subsolo permite definir com precisão as fundações da ponte. Com essa etapa finalizada, o próximo passo será a conclusão do projeto estrutural e a mobilização dos canteiros de obra.
Os trabalhos começaram em terra firme, no município de Vera Cruz, e avançaram para áreas de até 10 metros de profundidade. A etapa mais complexa ocorreu no canal central da BTS, com 67 metros de lâmina d’água, onde foram realizados furos que chegaram a 200 metros de profundidade, o equivalente a duas vezes e meia a altura do Elevador Lacerda.
No total, foram 105 furos distribuídos ao longo do traçado previsto para a ponte. As amostras coletadas passaram por análise em um laboratório de tecnologia avançada, instalado no canteiro de apoio.
Os estudos também revelaram características geológicas distintas entre os trechos próximos à Ilha de Itaparica e a Salvador. No lado da ilha, há uma camada de solo sedimentar sobre rochas de boa qualidade. Já no lado da capital, o subsolo apresenta longas camadas de material sedimentar com rochas de baixa resistência, intercaladas com pequenas porções de material resistente, reflexo das diferentes idades geológicas da região, que variam de 66 milhões a 241 milhões de anos.
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