O veleiro Ventania, sob o comando do capitão Lúcio Bahia, alcançou o primeiro lugar na categoria VPRS da 35ª edição da Regata Internacional Recife-Fernando de Noronha (Refeno). O evento, que teve início no dia 28 de setembro, contou com a participação de 93 embarcações de 14 estados brasileiros e uma da Argentina, consolidando-se como um dos principais eventos de vela da região.
A regata percorreu uma distância de 300 milhas náuticas (560 km) até o arquipélago pernambucano e, neste ano, se destacou pela presença significativa de mulheres, que representaram quase 20% do total de participantes. A embarcação Ohana 28, do Rio de Janeiro, se destacou com sete de seus dez tripulantes sendo mulheres.
A largada da regata ocorreu às 12h, e foi dividida em cinco grupos que saíram com intervalos de meia hora. Essa tradição de largar os barcos mais lentos primeiro continuou, conforme explicou Edival Júnior, presidente da Comissão de Regata.
Em entrevista ao Guia BTS, Lúcio Bahia contou sobre o processo de preparação do Ventania. Ele e seu sócio, Milton Fontes, adquiriram a embarcação há menos de um ano e, desde então, se dedicaram a um trabalho intensivo. “A preparação foi mais detalhada; foram quase 60 dias de trabalho, incluindo manutenção preventiva, preparação das velas, logística de suprimentos e montagem da equipe. Tudo tem que ser muito bem planejado”, afirmou.
Após a vitória, Lúcio expressou a satisfação e felicidade da equipe com a conquista de um novo título. “Estou muito feliz e com a sensação de dever cumprido. A equipe fez o melhor, velejamos bem durante todas as 31 horas e fomos campeões na nossa categoria. Além disso, chegamos como o terceiro veleiro monocasco em Noronha, os dois primeiros chegaram menos de 10 minutos antes da gente”, disse.
O capitão também comentou sobre a competitividade da edição deste ano. “Já participei de 14 Refenos, e sem dúvida esta foi a mais competitiva. Durante as 31 horas, travamos uma regata intensa com o veleiro Bons Temps, que estava sob o comando do meu amigo Lei Chicourel. Isso foi bom para os dois barcos, pois ninguém podia ‘relaxar’”. As condições de vento variaram entre 18 e 23 nós, e embora o mar estivesse um pouco agitado, ele destacou que não houve grandes imprevistos.
A Regata Refeno não apenas premiou as melhores embarcações, mas também incluiu premiações especiais para o velejador mais velho e para a penúltima embarcação a cruzar a linha de chegada. A edição deste ano foi marcada pela implementação de uma plataforma de gestão de gases de efeito estufa, reforçando o compromisso da organização com a sustentabilidade.