Três baleias-jubarte foram avistadas nesta sexta-feira (9) em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, marcando oficialmente o início da temporada de passagem dos cetáceos em 2025. Com esses registros, já são oito animais contabilizados neste ano, segundo o colaborador do Projeto Baleia à Vista (ProBaV), Julio Cardoso.
Durante o inverno, as jubartes migram das águas geladas da Antártida em direção à costa sul da Bahia, onde encontram temperaturas mais quentes para se reproduzir e amamentar seus filhotes. Ilhabela e São Sebastião fazem parte dessa rota de migração, com maior fluxo entre os meses de junho e julho, embora os primeiros avistamentos costumem ocorrer já em abril.
Na temporada passada, foram avistadas 561 baleias na região, e o recorde foi registrado em 2023, com 786 animais catalogados pelo ProBaV.
Duas das três jubartes observadas nesta sexta-feira foram fotografadas e incluídas no banco de dados com imagens da cauda e dorso, que serão cruzadas com o catálogo internacional Happywhale, usado para identificação individualg dos animais.
Os registros foram feitos com o apoio de drones pelo operador de turismo Marcos Cará. Ele relatou ainda o avistamento de uma arraia-manta de mais de quatro metros e quatro toninhas ao sul da ilha.
Acredita-se que algumas jubartes juvenis estejam estendendo sua permanência na região. No ano passado, baleias apelidadas de Melina, Jojo e Tiê permaneceram por cerca de 90 dias em Ilhabela.
Com o crescimento do turismo de observação de cetáceos, a cidade vem se estruturando para fomentar a atividade de forma responsável. Parcerias com o Projeto Baleia à Vista, o Instituto Baleia Jubarte e o Viva Instituto Verde Azul promovem ações de educação ambiental e capacitação de profissionais.
Desde 2023, o município conta com o selo “Ilhabela, Cidade Amiga das Baleias”, que certifica embarcações e operadoras comprometidas com práticas sustentáveis de observação. Entre as diretrizes, está a proibição de perseguição de baleias com motor ligado por mais de 30 minutos e a proibição de mergulho próximo aos animais.
Foto: Julio Cardoso/Projeto Baleia à Vista