A nadadora baiana Alessandra Melo, mais conhecida como Leca, viveu um marco importante em sua carreira ao completar pela segunda vez o Desafio dos Três Faróis. A ultramaratona aquática, realizada no último domingo (03) representou não apenas um recorde pessoal, mas também um momento de celebração para Leca, que completou o percurso de resistência em 9 horas e 18 minutos, cerca de 44 minutos a menos do que na primeira vez que participou, em 2021, quando registrou o tempo de 10 horas e 2 minutos.
A nadadora comentou que acredita que sua evolução reflete o aumento da experiência e o amadurecimento de sua equipe de suporte, composta por profissionais como fisioterapeutas, médicos e nutricionistas, que a acompanham desde o início de sua jornada nas ultramaratonas. “A hidratação e a suplementação estavam bem ajustadas, e o time estava muito mais experiente, cada um bem consciente do seu papel. Os erros existiram, mas foram muito menores do que da primeira vez.”
Leca contou ainda que sua primeira ultramaratona foi justamente o Desafio dos Três Faróis, em novembro de 2021. Na época, ela havia iniciado seus treinamentos um ano e dois meses antes, ainda se adaptando a uma rotina intensa de treinos e preparação, que incluiu o estabelecimento de uma equipe multidisciplinar. “Foi minha primeira ultra, com pouca experiência. Já agora, em 2024, fiz essa travessia com muito mais tranquilidade e controle”, afirma.
Hoje, a ultramaratonista treina de forma ainda mais disciplinada, nadando seis vezes por semana, além de sessões de fortalecimento e acompanhamento constante de saúde com checkups mensais. Segundo Leca, o Desafio dos Três Faróis é parte de uma meta maior: a preparação para encarar os Sete Oceanos, um dos desafios de resistência mais intensos do mundo da natação, que envolve sete travessias em águas abertas consideradas entre as mais difíceis do planeta. “Comecei a treinar para os Sete Oceanos em julho deste ano e vou aumentando o volume gradativamente. A travessia dos Três Farois é parte dessa jornada”, explica.
Ao final da travessia, Leca descreveu um sentimento de profunda conexão e gratidão. Ela conta que o mar é como uma “segunda casa” e um “templo sagrado” em sua vida, onde encontra paz e conexão com algo maior. “Para mim, nadar no mar me devolve para mim. É um reencontro”, conta. “Meu objetivo sempre é chegar e chegar íntegra, sem lesões e bem hidratada”, destaca a nadadora. “Cheguei muito bem, feliz da vida, e fui recebida por pessoas queridas. Foi um momento de muita felicidade.”
Alessandra Melo ainda fez questão de valorizar a importância da equipe que a acompanha. “Ultramaratona em águas abertas é um esporte individual, mas impossível de realizar sem uma equipe. Eu agradeço demais ao meu time, porque sem eles nada disso seria possível.” Segundo Leca, ter uma equipe experiente e coesa foi fundamental para garantir o sucesso da travessia e o cumprimento de todos os cuidados necessários durante o percurso.
A nadadora baiana, que também é mãe de dois filhos, considera o resultado um impulso para seus futuros desafios. Em 2026, ao iniciar a travessia dos Sete Oceanos, Leca espera contar com o mesmo apoio, e reforça que a preparação constante, a disciplina e a estrutura de suporte são essenciais para alcançar seus objetivos nas águas abertas.
