Biogeógrafo explica aparição de elefante-marinho na Bahia

Um elefante-marinho, espécie de foca considerada a maior do mundo, foi visto em plena Cidade Baixa de Salvador na tarde da última sexta-feira (9), surpreendendo moradores da rua Leblon, no bairro de Massaranduba. O animal, que costuma habitar regiões polares, saiu da água, se aproximou do calçadão e depois retornou à maré, chamando a atenção de quem passava pelo local.

A aparição na capital baiana aconteceu após registros em outras cidades da Região Metropolitana. Durante a madrugada, o mamífero foi avistado em São Francisco do Conde e, em seguida, em Candeias. O Instituto Mamíferos Aquáticos (IMA) confirmou que se trata de um elefante-marinho-do-sul (Mirounga leonina), espécie da família das focas (Phocidae), que normalmente só é encontrada no Brasil durante o inverno e, geralmente, no litoral sul do país.

Para biogeógrafo Rodrigo Maia, o aparecimento não é exatamente uma novidade, mas o deslocamento chama atenção. “Não é tão raro assim esses animais passarem por aqui. Os motivos podem ser vários, e o principal é que são animais muito curiosos, especialmente quando jovens. Eles se aventuram e podem ir bem longe por pura curiosidade”, explica.

Rodrigo afirma ainda que a mesma espécia de animal já apareceu na Bahia em outros momentos. “Ano passado teve registro em Ilhéus, também teve um em Ituberá e até no litoral de Alagoas. É mais comum entre os jovens, que se perdem dos grupos ou simplesmente saem para explorar”, detalha.

Apesar da surpresa provocada pelas aparições em lugares diferentes com um curto espaço de tempo, o especialista afirma que os elefantes-marinhos são totalmente capazes de fazer esse tipo de trajeto. “Essas distâncias não são longas para eles, eles nadam por muitos quilômetros com tranquilidade. Mas é claro que, após tanto tempo viajando, o animal pode acabar cansado ou debilitado, e por isso precisa ser monitorado”, alerta.

Com isso, o Instituto Mamíferos Aquáticos, em parceria com o Inema e a Companhia Independente de Policiamento de Proteção Ambiental (COPPA), mobilizou dois veterinários que estão em campo tentando localizar o animal para avaliação de saúde.

Até o momento, no entanto, o elefante-marinho não foi visto novamente.

Segundo o Inema, o aparecimento deste tipo de animal na região é considerado ocasional. O resgate só será realizado se os veterinários identificarem alguma necessidade clínica. Caso esteja saudável, o mamífero pode seguir viagem por conta própria. Se for resgatado, será levado ao centro de reabilitação do IMA, onde receberá cuidados até estar apto para retornar ao seu habitat natural.

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